Simulações que levem em consideração taxas e Imposto de Renda cobrados devem ser refeitas periodicamente. O resultado, que é o rendimento líquido projetado, indica se a aplicação continua adequada às metas.
Carolina Matos
Mudanças no cenário econômico, como corte de juros, aumento de impostos ou alta da inflação, afetam o resultado dos investimentos.
Surpresas na vida pessoal também têm impacto nas finanças: perda de emprego, doença na família, nascimento de um filho.
Como desvios de rota fazem parte do dia a dia, é importante reavaliar as aplicações financeiras constantemente para verificar se as escolhas do passado e as metas do futuro continuam válidas.
Especialistas ouvidos pela Folha recomendam uma revisão a cada três meses. O investidor deve fazer uma simulação considerando as taxas cobradas e o Imposto de Renda, além de responder a três perguntas básicas: quanto posso investir? Por qual prazo? Qual é meu objetivo para esse dinheiro?
A conta, que pode ser solicitada à corretora ou à instituição financeira gestora dos investimentos, consiste em subtrair os custos -como taxas de administração ou corretagem e os impostos- do rendimento bruto previsto.
É o resultado desse cálculo -o rendimento líquido- que deve ser considerado para efeitos de comparação.
Isso porque, mesmo que um investimento ofereça maior potencial de ganho no caso da renda fixa, pague mais juros, por exemplo-, as taxas e o IR podem comer parte do rendimento. A inflação também deve ser descontada para projetar qual será o ganho efetivo da aplicação -o chamado rendimento real.
Como o peso da inflação é o mesmo em todos os investimentos, no entanto, o rendimento líquido pode ser mais adequado para confrontar alternativas, pois contabiliza apenas custos que o aplicador pode decidir não pagar.
O quadro ao lado traz simulações para investimento de R$ 10 mil em algumas opções de renda fixa.
Veja que, em função das taxas e do IR cobrados, apenas o CDB (Certificado de Depósito Bancário) que paga 95% do CDI (juro dos empréstimos entre bancos) é mais rentável que a poupança.
Fonte: Folha de S.Paulo